Tarifas de Trump: Emmanuel Macron expressa sua “forte desaprovação” e apela à UE para defender os seus interesses

O presidente francês pediu à Comissão Europeia que "acelere a preparação de contramedidas confiáveis, mobilizando todos os instrumentos à sua disposição", "se nenhum acordo for alcançado até 1º de agosto".

Argumentando que a UE vinha negociando com Washington há várias semanas "com base em uma oferta sólida e de boa-fé" , Macron disse que " mais do que nunca cabia à Comissão afirmar a determinação da União em defender resolutamente os interesses europeus".

"A França apoia totalmente a Comissão Europeia nas negociações, que serão intensificadas, para chegar a um acordo mutuamente aceitável até 1º de agosto, de modo que reflita o respeito que parceiros comerciais como a União Europeia e os Estados Unidos devem uns aos outros por interesses compartilhados e cadeias de valor integradas", escreveu o chefe de Estado.

O Ministro Delegado de Comércio Exterior, Laurent Saint-Martin, colocou sobre a mesa a possibilidade de uma "resposta proporcional" , particularmente sobre bens e serviços americanos, caso Bruxelas não chegue a um "acordo justo" com Washington.

"A partir de segunda-feira, em Bruxelas, com meus 26 colegas, estarei trabalhando para apoiar a Comissão em suas negociações com os Estados Unidos até 1º de agosto", acrescentou ele no X.

A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, criticando as novas tarifas anunciadas por Donald Trump, disse que a UE ainda queria chegar a um acordo comercial com Washington.

O presidente dos EUA, que também anunciou taxas alfandegárias de 30% sobre o México, justificou sua decisão pelo desequilíbrio comercial entre seu país e a UE.

Em 2024, os Estados Unidos registraram um déficit comercial de US$ 236 bilhões (€ 202 bilhões) com a União (+13% ano a ano), que exportou US$ 606 bilhões em mercadorias para o território da maior economia do mundo, de acordo com dados do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos.